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Antes de começar esta crónica, a primeira de 2019, desejo a todos os nossos leitores um feliz ano novo, cheio de sucessos e de alegrias.  

E no que ao futebol diz respeito, alegrias e sucessos dependem exclusivamente daquilo que os clubes farão nos próximos 5 meses.

No panorama nacional, muita curiosidade existe para se saber se este será o ano do Bicampeonato do FC Porto, o da reconquista para o Benfica ou o fim do jejum do Sporting, que há muito procura recuperar o título nacional. Para que isso aconteça, os meses de Janeiro e de Fevereiro serão decisivos para manter os Leões na luta pelo título, e se a entrada de Keizer tem trazido esperança, golos e bom futebol para Alvalade, também é verdade que a equipa é curta, apresenta limitações na zona defensiva e tropeçou no primeiro grande teste, em Guimarães. 

Keizer, uma surpresa absoluta em Portugal, tem inovado na forma como a equipa se apresenta em campo, no discurso fora dele e na forma simples e alegre como coloca a equipa a jogar. Depois de o clube ter ultrapassado uma das piores crises da sua história em 2018, chegar ao título com as limitações conhecidas por todos seria épico, surpreendente e, arrisco-me a dizer, uma história bonita para ser recordada no futuro. Será possível? Ver-se-á, mas, pelo menos, Keizer e Varandas têm conseguido trazer o essencial depois de 2018: tranquilidade, organização, bom futebol e esperança à massa adepta do Sporting, e para o início não está nada mal...

O Benfica, por seu turno, tem desiludido nos primeiros meses da época. Com reforços caros, pensava-se que teria um início de época bem menos atribulado e com outros resultados desportivos. A equipa tarda a encontrar um estilo de jogo que satisfaça a massa adepta, saiu da Champions com um mau desempenho e esteve prestes a perder o treinador, quando o Presidente do Benfica, numa declaração surpreendente e embaraçosa para toda a Direção, viu “uma luz” e recuou na decisão de despedir o treinador. A luz que viu e que travou o despedimento de Rui Vitória, foi a mesma que Rui Vitória não viu para deixar o clube, sujeitando-se a uma humilhante exposição da sua pessoa e fragilizando ainda mais a sua posição como treinador do Benfica. Hoje, não se dando ao respeito, ao primeiro desaire será de novo vaiado e apupado e deverá sair no decorrer de 2019... Para entrar Jesus?

Já o Porto, depois de 4 anos de crise desportiva e financeira, encontrou em Sérgio Conceição a pessoa certa no lugar certo. Recuperou o título em 2018 quando ninguém acreditava ser possível. E para além do título, recuperou a mística portista que levou o clube às dezenas de títulos nas últimas décadas. Este ano, com melhores condições, tem a oportunidade de conquistar o Bicampeonato e com isso reconquistar a hegemonia do futebol português. Na primeira fase da época, o Porto tem confirmado o favoritismo, estando em primeiro lugar na Liga NOS e realizando uma fase de grupos da Champions de grande nível. Manter-se-á até ao final de época? No futebol tudo é possível, mas as perspectivas não podiam ser melhores para os lados do Dragão.

Por fim, a nível internacional, existem dois campeonatos para acompanhar com especial atenção para quem gosta de romantismo em futebol. A Bundesliga, onde o Dortmund pode recuperar o título ao fim de 8 anos (e quem não gostaria de ver a parede amarela a festejar um título...) e a Premier League, onde o Liverpool, com um futebol eletrizante, pode reconquistar o título depois de 30(!!) de jejum. A cidade, os adeptos, Salah e Klopp merecem... e o mundo do futebol precisa. Num desporto cada vez mais assente na vertente negócio, é em Dortmund e em Liverpool que moram duas das mais fantásticas e vibrantes massas adeptas do mundo. E se esses, os adeptos mais apaixonados, não merecem ser felizes, quem merecerá?

Feliz 2019 a todos!