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      Mete lá Pra Cima
      Bruno Matias
      2018/09/29
      E6
      "Mete Lá Pra Cima" é um espaço de opinião livre e direto , acompanhado de uma visão critica do futebol, do desporto e das decisões que o influenciam diariamente.

      Início, no dia de hoje, um espaço de comentário quinzenal no zerozero. Antes de me debruçar sobre a temática que aqui trago hoje, não posso deixar de agradecer o convite do Luís Rocha Rodrigues, esperando que este seja mais um contributo para uma reflexão séria e credível sobre o futuro do futebol e do desporto em geral. 

       

      No início desta semana, o capitão do S.L. Benfica decidiu pôr fim à sua longa carreira. Foram 15 anos de águia ao peito e nos quais venceu 20 títulos. A dedicação, lealdade rara e capacidade de liderança, sobressaíram ao longo deste período, qualidades pessoais e humanas enaltecidas pela generalidade dos adeptos de futebol, particularmente relevantes num período em que escasseiam casos deste tipo no futebol mundial. Os diversos treinadores do Benfica ao longo dos anos foram salientando isso – a liderança de grupo, a capacidade de unir o plantel nos momentos difíceis e o papel fundamental que teve no período em que o cube atingiu o tetra.  

       

      É por isso que, no final de 15 anos de dedicação ao clube e depois de ter dito que apenas terminaria a carreira no final desta época desportiva, foi recebida com espanto a notícia de que terminaria a carreira ainda no mês de Setembro. A decisão, para além de surpreendente, é estranha - Luisão preparava-se para mais uma época, estava fisicamente apto e nenhum jogador de futebol inicia uma época em junho para terminar a sua carreira três meses depois sem ter participado um único minuto em competições oficiais. 

       

      É isso faz com que se levantem mais dúvidas do que certezas sobre a sua reforma antecipada, deixando no ar a ideia de que o Benfica tentou, de qualquer forma, desfazer-se do seu capitão.

        

      As razões podem ser várias, mas há uma que salta à vista: O elevado salário do Capitão (com 37 anos) com zero minutos contabilizados nesta época desportiva. O incómodo era tal que o próprio jogador deixou recados através das redes sociais quando nem sequer era convocado por Rui Vitória, dando o atual treinador da equipa a entender que já nem para liderar o balneário o jogador seria útil.  

       

      Ora, se é verdade que Luisão tem 37 anos e se a equipa tem opções válidas e jovens para o centro da defesa, porque razão o Benfica renovou o contrato do jogador ainda no passado mês de julhoPorque não foram suficientemente frontais com Luisão e com o seu papel no clube, quando nos últimos dois anos quando tentaram, por diversas vezes, “livrar-se" do jogador e do seu pesado ordenado através de propostas tentadoras para campeonatos mais competitivos, tentando uma “saída limpa”? Porque razão iludiram o jogador com um final de carreira em glória (e em campo) quando nem um único minuto em competições oficiais realizou?

        

      Estas perguntas passaram pela cabeça dos adeptos benfiquistas nos últimos dias, esperando com expectativa os esclarecimentos devidos. Sobre esses esclarecimentos, a minha convicção é a de que, mais uma vez, o Benfica não esclarecerá cabalmente as razões para este súbito e repentino desaparecimento de Luisão enquanto atleta do clube.  
       
      No fim do dia, certezas só a de que Luisão terminou a carreira quando não queria, magoado com o treinador e com um estádio repleto de cadeiras vazias. Seria esta a despedida devida a um profissional raro como Luisão? Não me parece...

       

      [Artigo redigido esta quinta-feira, dia 27]



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